sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

O presidente


As sondagens

Acabo de ouvir os comentadores dissertar sobre as últimas sondagens com argumentos que chegam as justificar as variações ao nível das décimas.

A exemplo das últimas presidências a esquerda parece aproximar-se num sprint final face à descida do centro direita. Enganem-se os que julgam que isso deve-se em grande parte à campanha. Com um único candidato o centro direita sabe há muito em quem vota enquanto que na esquerda socialista o desconforto com o resultado da governação só começa a desaparecer, nestes inquéritos, com a proximidade das eleições.

O mandato que termina

O presidente Cavaco Silva fez um mandato fiel às suas promessas eleitorais: respeito integral pelas funções presidenciais, magistratura de influência, cooperação institucional com o governo e defesa do interesse nacional.

Reagiu energicamente à tentativa de redução dos poderes presidências no caso do estatuto dos Açores como também respeitou as decisões da assembleia e governo mesmo contra as suas convicções.

Usou o seu poder de influência para forçar o abandono da Ota como também contribuiu decisivamente para aprovação do Pec e do orçamento em 2010.

Colaborou e defendeu o governo nas reformas da Saúde de Correia de Campos e na Educação com Maria de Lurdes Rodrigues.

Por diversas vezes alertou e denunciou o rumo que o país estava a tomar.

Os candidatos

Manuel Coelho concorre pelo mediatismo e já a pensar nas próximas eleições na Madeira. Sem qualquer estrutura mas com um humor corrosivo conseguiu a atenção mediática que desejava. Foi o joker desta eleição.

Defensor Moura surgiu com três objectivos: afrontar parte da entourage socialista pelo forma como o obrigaram a sair de Viana, actuar como sniper contratado para atrapalhar Cavaco e marcar posição para o seu futuro político.

Francisco Lopes acedeu à vontade colectiva do partido comunista. Fez uma campanha em crescendo centrada na defesa do seu eleitorado procurando evitar uma erosão eleitoral. Se chegar aos 10% terá uma palavra importante na sucessão de Jerónimo de Sousa.

Fernando Nobre foi empurrado por Soares para atrapalhar Alegre. O lobby soarista esteve todo a seu lado. Os que têm mais responsabilidades no partido ou no governo apoiaram-no por omissão na defesa a Alegre. Infelizmente um exemplo de que nem sempre a sociedade civil consegue acrescentar valor à política.

Manuel Alegre ficou encurralado entre dois partidos com posições diametralmente opostas. Acima de tudo Alegre está a pagar a ousadia de ter concorrido contra Soares há 5 anos e a ser prejudicado pela grave crise que o país atravessa resultado da governação socialista. Em circunstâncias económicas, sociais e políticas diferentes Alegre poderia ser um bom presidente.

Cavaco Silva corre para a reeleição. Nesta campanha deixou claro que num segundo mandato será mais interventivo com a sua magistratura de influência. 
Manifestou-se claramente contra as opções macro-económicas seguidas, criticou o estado da justiça, lamentou a falta de ética na política e apelou à responsabilidade e espírito de sacrifício dos Portugueses.

A escolha

Por atribuir a esta eleição uma importância decisiva para o futuro, por acreditar na seriedade, ética, experiência e conhecimento do candidato e por Portugal desejo uma vitória expressiva de Cavaco Silva.

A previsão

Cavaco Silva – 55%

Manuel Alegre – 25%

Fernando Nobre – 9%

Francisco Lopes – 8%

Defensor Moura – 2%

Manuel Coelho – 1%

Abstenção – 50%