sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

sábado, 13 de novembro de 2010

Португалия в свое лучшем?

"Foram tomadas medidas draconianas esta semana em Portugal, pelo Governo liberal de José Sócrates. Mais um caso de um outro governo de centro-direita pedindo ao povo Português a fazer sacrifícios, um apelo repetido vezes sem fim a esta nação trabalhadora, sofredora, historicamente deslizando cada vez mais no atoleiro da miséria.

E não é por eles serem portugueses. Vá o leitor ao Luxemburgo, que lidera todos os indicadores socioeconómicos, e vai descobrir que doze por cento da população é portuguesa, oriunda de um povo que construiu um império que se estendia por quatro continentes e que controlava o litoral desde Ceuta, na costa atlântica, tornando a costa africana até ao Cabo da Boa Esperança, a costa oriental da África, no Oceano Índico, o Mar Arábico, o Golfo da Pérsia, a costa ocidental da Índia e Sri Lanka. E foi o primeiro povo europeu a chegar ao Japão....e à Austrália.

Esta semana, o Primeiro Ministro José Sócrates lançou uma nova onda dos seus pacotes de austeridade, corte de salários e aumento do IVA, mais medidas cosméticas tomadas num clima de política de laboratório por académicos arrogantes e altivos desprovidos de qualquer contacto com o mundo real, um esteio na classe política elitista Português no Partido Social Democrata (PSD) e Partido Socialista (PS), gangorras de má gestão política que têm assolado o país desde anos 80.

O objectivo? Para reduzir o défice. Porquê?

Porque a União Europeia assim o diz. Mas é só a UE?

Não, não é. O maravilhoso sistema em que a União Europeia se deixou sugar, é aquele em que as agências de Ratings, Fitch, Moody's e Standard and Poor's, baseadas nos Estados Unidos da América (onde havia de ser?) virtual e fisicamente, controlam as políticas fiscais, económicas e sociais dos Estados-Membros da União Europeia através da atribuição das notações de crédito.


Com amigos como estes organismos e ainda Bruxelas, quem precisa de inimigos?


Sejamos honestos. A União Europeia é o resultado de um pacto forjado por uma França tremente e apavorada com a Alemanha depois das suas tropas invadiram o seu território três vezes em setenta anos, tomando Paris com facilidade, não só uma vez mas duas vezes, e por uma astuta Alemanha ansiosa para se reinventar após os anos de pesadelo de Hitler. A França tem a agricultura, a Alemanha ficou com os mercados para a sua indústria.

E Portugal? Olhem para as marcas de automóveis novos conduzidos pelos motoristas particulares para transportar exércitos de "assessores" (estes parecem ser imunes a cortes de gastos) e adivinhem de que país eles vêm? Não, eles não são Peugeot e Citroen ou Renault. Eles são os Mercedes e BMWs. Topo-de-gama, é claro.

Os sucessivos governos formados pelos dois principais partidos, PSD (Partido Social Democrata da direita) e PS (Socialista, do centro), têm sistematicamente jogado os interesses de Portugal e dos portugueses pelo esgoto abaixo, destruindo a sua agricultura (agricultores portugueses são pagos para não produzir!!) e a sua indústria (desapareceu!!) e sua pesca (arrastões espanhóis em águas lusas!!), a troco de quê?

O quê é que as contra-partidas renderam, a não ser a aniquilação total de qualquer possibilidade de criar emprego e riqueza numa base sustentável?

Aníbal Cavaco Silva, agora Presidente, mas primeiro-ministro durante uma década, entre 1985 e 1995, anos em que despejaram biliões de euros através das suas mãos a partir dos fundos estruturais e do desenvolvimento da UE, é um excelente exemplo de um dos melhores políticos de Portugal. Eleito fundamentalmente porque é considerado "sério" e "honesto" (em terra de cegos, quem vê é rei), como se isso fosse um motivo para eleger um líder (que só em Portugal, é!!) e como se a maioria dos restantes políticos (PSD/PS) fossem um bando de sanguessugas e parasitas inúteis (que são), ele é o pai do défice público em Portugal e o campeão de gastos públicos.


A sua "política de betão" foi bem idealizada mas, como sempre, mal planeada, o resultado de uma inapta, descoordenada e, às vezes inexistente no modelo governativo do departamento do Ordenamento do Território, vergado, como habitualmente, a interesses investidos que sugam o país e seu povo.

Uma grande parte dos fundos da UE foram canalizadas para a construção de pontes e auto-estradas para abrir o país a Lisboa, facilitando o transporte interno e fomentando a construção de parques industriais nas cidades do interior para atrair a grande parte da população que assentava no litoral.

O resultado concreto, foi que as pessoas agora tinham os meios para fugirem do interior e chegar ao litoral ainda mais rápido. Os parques industriais nunca ficaram repletos e as indústrias que foram criadas, em muitos casos já fecharam.

Uma grande percentagem do dinheiro dos contribuintes da UE vaporizou-se em empresas e esquemas fantasmas. Foram comprados Ferraris. Foram encomendados Lamborghini, Maserati. Foram organizadas caçadas de javalí em Espanha. Foram remodeladas casas particulares. O Governo e Aníbal Silva ficaram a observar, no seu primeiro mandato, enquanto o dinheiro foi desperdiçado. No seu segundo mandato, Aníbal Silva ficou a observar os membros do seu governo a perderem o controle e a participarem.

Então, ele tentou desesperadamente distanciar-se do seu próprio partido político.

E ele é um dos melhores?

Depois de Aníbal Silva veio o bem-intencionado e humanista, António Guterres (PS), um excelente Alto Comissário para os Refugiados e um candidato perfeito para Secretário-Geral da ONU, mas um buraco negro em termos de (má) gestão financeira. Ele foi seguido pelo excelente diplomata, mas abominável primeiro-ministro José Barroso (PSD) (agora Presidente da Comissão da EU, "Eu vou ser primeiro-ministro, só que não sei quando") que criou mais problemas com o seu discurso do que com os que resolveu, passou a batata quente para Pedro Lopes (PSD), que não tinha qualquer hipótese ou capacidade para governar e não viu a armadilha. Resultando em dois mandatos de José Sócrates, um ex-Ministro do Ambiente competente, que até formou um bom governo de maioria e tentou corajosamente corrigir erros anteriores. Mas foi rapidamente asfixiado pelos interesses instalados.

Agora, as medidas de austeridade apresentadas por este primeiro-ministro, são o resultado da sua própria inépcia para enfrentar esses interesses, no período que antecedeu a última crise mundial do capitalismo (aquela em que os líderes financeiros do mundo foram buscar três triliões de dólares (???) de um dia para o outro para salvar uma mão cheia de banqueiros irresponsáveis, enquanto nada foi produzido para pagar pensões dignas, programas de saúde ou projetos de educação).

E, assim como seus antecessores, José Sócrates, agora com minoria, demonstra falta de inteligência emocional, permitindo que os seus ministros pratiquem e implementem políticas de laboratório, que obviamente serão contra-producentes.

O Pravda.Ru entrevistou 100 funcionários, cujos salários vão ser reduzidos. Aqui estão os resultados:

Eles vão cortar o meu salário em 5%, por isso vou trabalhar menos (94%).

Eles vão cortar o meu salário em 5%, por isso vou fazer o meu melhor para me aposentar cedo, mudar de emprego ou abandonar o país (5%).

Concordo com o sacrifício (1%)

Um por cento! Quanto ao aumento dos impostos, a reação imediata será que a economia encolhe ainda mais enquanto as pessoas começam a fazer reduções simbólicas, que multiplicado pela população de Portugal, 10 milhões, afetará a criação de postos de trabalho, implicando a obrigatoriedade do Estado a intervir e evidentemente enviará a economia para uma segunda (e no caso de Portugal, contínua) recessão.

Não é preciso ser cientista de física quântica para perceber isso. O idiota e avançado mental que sonhou com esses esquemas, tem os resultados num pedaço de papel, onde eles vão ficar!!

É verdade, as medidas são um sinal claro para as agências de rating, que o Governo de Portugal está disposto a tomar medidas fortes, mas à custa, como sempre, do povo português.


Quanto ao futuro, as pesquisas de opinião providenciam uma previsão de um retorno do Governo de Portugal ao PSD, enquanto os partidos de esquerda (Bloco de Esquerda e Partido Comunista Português) não conseguem convencer o eleitorado com as suas ideias e propostas.

Só em Portugal, a classe elitista dos políticos PSD/PS seria capaz de punir o povo por se atrever a ser independente. Essa classe, enviou os interesses de Portugal para o ralo, pediu sacrifícios ao longo de décadas, não produziu nada e continuou a massacrar o povo com mais castigos.

Esses traidores estão a levar cada vez mais portugueses a questionarem se não deveriam ter sido assimilados há séculos pela Espanha.

Que convidativo, o ditado português "Quem não está bem, que se mude". Certo, bem longe de Portugal, como todos os que podem estão a fazer. Bons estudantes a jorrarem pelas fronteiras fora. Que comentário lamentável para um país maravilhoso, um povo fantástico e uma classe política abominável."


Timothy Bancroft-Hinchey
Pravda.Ru


Mais um exemplo de que somos vistos lá por fora.

Não assino por baixo mas são ditas muitas verdades que nos deviam fazer pensar, mas acima de tudo agir.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

para abate...

A opinião de Marques Mendes sobre alguns organismos públicos:

Ministério das Obras Públicas - 4

1. INIR (Instituto Nacional de Infraestruturas Rodoviárias)

a) Funções de Regulação (Parcerias Público-Privadas) e de Fiscalização da Rede Rodioviária Nacional;
b) São competências que já estão hoje na EP Estradas de Portugal e no IMTT (antiga Direcção Geral de Viação).

CONCLUSÃO: PODE SER EXTINTO.

2. GISAF (Gabinete Investigação e Segurança de Acidentes Ferroviários.

a) Funções de Investigação quando há acidentes ferroviários;
b) Funções que também estão na CP e na REFER (quando há um acidente ferroviário é a CP ou a Refer que trata do assunto).
c) Parece um instituto criado para colocar um socialista desempregado da gestão das EP dos Transportes (João Crisóstomo).

CONCLUSÃO: PODE SER EXTINTO.

3. NAER (Instituto para estudar e Conceber o Novo Aeroporto de Lisboa)

a) As suas funções podem perfeitamente passar para a ANA, EP (Empresa de Aeroportos e Navegação Aérea)
b) É uma racionalização óbvia e necessária.

CONCLUSÃO: ESTE SERVIÇO PODE SER EXTINTO.

4. Fundação das comunicações móveis (uma das centenas que existem – pendurada no Estado)

a) Tratou do computador Magalhães;
b) Estado nomeia os seus gestores (clientelas);
c) AR já propôs a sua extinção em relatório aprovado;
d) Governo fez vista grossa. O Governo gosta mais de reduzir salários que extinguir serviços.

CONCLUSÃO: PODE SER EXTINTA

Ministério da Agricultura - 3

1. No âmbito do PRODER (QREN da Agricultura) há 2 serviços:

a) Gabinete do Planeamento (Concebe Projectos e Gere o Programa); e o
b) IFAP (antigo IFADAP) – Paga e fiscaliza os apoios concedidos.

CONCLUSÃO: O Gabinete de Planeamento pode ser extinto e as suas competências passarem para o IFAP.É mais coerente, evitam-se sobreposições de competências e poupa-se dinheiro público.

2. Fundação Alter Real

a) Competências sem relevância para serem autonomizadas numa fundação pública;
b) Tem cinco administradores – presidente é o presidente da Companhia das Lezírias.CONCLUSÃO: A fundação pode ser extinta e as suas competências integradas na Companhia das Lezírias (hoje até já o presidente é o mesmo).

3. No âmbito da Barragem do Alqueva há duas entidades:

a) a EDIA (190/200 funcionários) que tratou da construção da barragem do Alqueva; e a
b) GESTALQUEVA (trata do fomento do turismo na zona do grande lago)
c) Não há razão nenhuma para esta duplicação de organismos:

Primeiro: EXTINGUIR A GESTALQUEVA, colocar as competências na EDIA ou concessionar a privados (fomento do turismo);
Segundo: EMAGRECER A EDIA (já acabou a construção da barragem).

Ministério do Trabalho e da Segurança Social – 9

1. Há neste Ministério sete organismos consultivos (uma loucura):

• Conselho Nacional da Formação Profissional
• Conselho Nacional da Higiene e Segurança no Trabalho
• Conselho Nacional de Segurança Social
• Conselho Nacional do Rendimento Social de Inserção
• Conselho Nacional para a Reabilitação
• Conselho Consultivo das Famílias
• Comissão de Protecção de Políticas da Família

Minha Proposta:
• Extinguir todos (para estas tarefas existem direcções-gerais com as mesmas áreas de competência).
2. Ao nível de outros serviços – estes de natureza executiva - podem ser feitas várias outras extinções.

Assim:

a) O Gabinete de Estratégia e Planeamento do Ministério da Segurança Social pode integrar as competências do Instituto de Informática e do Instituto de gestão do FS Europeu (competências afins e sobrepostas). MENOS DOIS ORGANISMOS.
b) Dois institutos – o Instituto da Segurança Social e o Instituto Nacional para a Reabilitação podem ser extintos e as suas competências (hoje afins e sobrepostas) serem integradas na Direcção-geral da Segurança Social. MENOS DOIS ORGANISMOS

Mistério da Saúde – 3

1. Alto Comissário para a Saúde (Orçamento de 30 milhões de euros)

a) Criado por Correia de Campos no Governo Guterres;
b) Veio o Governo do Durão Barroso e extinguiu-o:
c) Voltou Correia de Campos no Governo Sócrates e voltou a criar;
d) O Alto Comissário – veja-se bem – tem estatuto de membro do Governo (sub-secretário de Estado)
e) CONCLUSÃO: Pode ser extinto e as suas competências passarem para a Direcção-geral de Saúde (actualmente são competências sobrepostas).
f) Se a moda pega passamos a ter o Alto Comissário da Justiça, da Segurança Social, da Economia, da Comunicação Social, etc. etc.
g) Haja Bom Senso. Temos de POUPAR, extinguindo este organismo inútil.

2. Conselho Nacional de Saúde – Mais um Conselho Consultivo

a) Orgão Consultivo do Ministério da Saúde
b) Não faz sentido. A D G Saúde faz na perfeição esse papel. É a sua competência legal.
c) Mais um serviço que pode ser EXTINTO

3. Instituto da Droga e da Toxicodependência

a) Ao nível central tem cinco coordenadores – Equiparados a directores-gerais.
b) Ao nível regional tem cinco directores regionais
c) Tem cerca de dois mil funcionários (1/3 nos Serviços Centrais) – Uma loucura
d) As suas funções são no domínio da Saúde Pública
e) Pode perfeitamente SER EXTINTO, as suas competências locais integradas nos Centros de Saúde e as suas competências centrais na DG Saúde (é área de saúde pública)
f) Área de Estudos (quando for o caso encomendar às Universidades e Centros de Investigação)

Ministério do Ambiente – 3

1. Na área do ambiente há três institutos importantes:

a) Agência Portuguesa do Ambiente;
b) ICN – Instituto Conservação da Natureza;
c) INAG – Instituto Nacional da Água

• Têm todos competências muito semelhantes e, nalguns casos, sobrepostas.
• Seria possível e desejável fundir tudo num único organismo – a Agência Portuguesa do Ambiente.
• É o exemplo inglês (apontado normalmente como referência)
• Poupa-se imenso:Passamos a ter um único instituto em vez de três
Passamos a ter uma única administração em vez de três
Passamos a ter uma única estrutura administrativa, de contabilidade e financeira, em vez de três
Passamos a ter um único orçamento em vez de três
Passamos a ter menos pessoal e menos encargos

2. Ao nível regional temos a seguinte estrutura sobreposta:

a) As Comissões de Coordenação Regional têm competências na área do ambiente;
b) As ARH – Administração Recursos Hídricos, mesmo assim, existem como estruturas autónomas (cinco ARH/ cinco concelhos de administração/ cinco orçamentos/ cinco estruturas administrativas). Os organismos mais BUROCRÁTICOS que existem em Portugal.
c) Podem extinguir-se as ARH e integrar as suas competências nas CCDR

GANHO DE POUPANÇA. GANHO DE DESBUROCRATIZAÇÃO

Ministério da Administração Interna - 18

1. Extinção de 18 Governos Civis

a) Hoje, os Governos Civis, não fazem qualquer sentido;
b) Estão desprovidos de competências;
c) As suas pequenas competências (de carácter administrativo e de concessão de licenças de exploração de estabelecimentos) podem passar para as Câmaras Municipais (com vantagem de proximidade para os cidadãos);
d) A sua extinção permite poupar significativamente (porque têm grandes estruturas de pessoal)
e) Servem de “sacos azuis” de vários governos
f) PSD em 2002 prometeu a sua extinção mas também falhou (não cumpriu) por falta de vontade política.

Ministério da Educação – 2

1. Três Institutos com Competências Duplicadas/Sobrepostas:

a) GAVE – Gabinete de Avaliação Educacional
b) GEP – Gabinete de Estudos e Planeamento
c) MISI – Gabinete Coordenador do Sistema Informático do ME (recolha de Informação)
CONCLUSÃO: Destes três serviços, dois PODEM SER EXTINTOS e concentrar competências num único.

Vantagens:

• São Menos Administradores
• Menos Assessores
• Menos Pessoal
• Menos Despesa
• Menos burocracia

2. Direcções Regionais de Educação – Emagrecer

• Em termos de dimensão estão a atingir proporções gigantescas.
• Quadros de pessoal aumentaram significativamente nos últimos anos.

Assembleia da República – 2

1. Comissão Nacional de Eleições:

a) Estrutura permanente encarregue de fiscalizar os actos eleitorais;
b) A seguir ao 25 de Abril podia justificar-se;
c) Agora não faz sentido ser uma Comissão Permanente;
d) ABSURDO – Funciona em Permanência (365 dias por ano) mas só tem competências quando há eleições (nos 30 dias antes das eleições);
e) Pode ser extinta e as suas competências integradas no STAPE (Secretariado Técnico de Apoio ao Processo Eleitoral, no MAI); ou quando muito, Ser uma Comissão Eventual (a funcionar só nos períodos eleitorais).

2. CADA – Comissão Nacional de Acesso aos Documentos Administrativos

• Não faz sentido
• Pode ser extinta

sábado, 18 de setembro de 2010

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

A origem da Broa de Avintes...

Texto de José Vaz sobre a recente polémica relativa à origem da Broa de Avintes:

"Veio ao conhecimento público, muito recentemente, uma opinião sobre a “origem africana” da Broa de Avintes. Quem a produziu foi o Sr. ex-cônsul honorário de Moçambique no Porto, Augusto Macedo Pinto, advogado com escritórios no Porto e na Beira (Moçambique).


A propósito daquela opinião, também o Sr. Joaquim da Costa Gomes, Boronário-Mor da Confraria da Broa de Avintes emitiu, no Jornal da Tarde da RTP1, de 9 de Agosto de 2010, o seu parecer acerca do mesmo assunto.


Como historiador e co-autor da História de Avintes, recentemente editada senti-me, naturalmente, interpelado a falar sobre as referidas opiniões.


A Broa de Avintes nasceu no tempo de D. Dinis?


A Historia de Avintes, ao longo dos tempos, tem sido objecto de alguns mitos e de algumas invenções.


Uma delas, e muito propalada, é a da Broa de Avintes ter nascido pela determinação de D. Dinis em enviar o fabrico do pão de milho para Avintes e o de trigo para Valongo por causa dos incêndios. O autor desta interpretação, sem correspondência histórica, deve-se ao nosso emérito conterrâneo Dr. João Aves Pereira (1891-1973) que a publicou no jornal A Luz do Operário, nº 409, de 13 de Novembro de 1934 e mais tarde replicada numa enciclopédia e em dois dicionários.


No que a Avintes diz respeito, o que de fundamental diz o citado documento de D. Dinis (ano de 1282, 25 de Fevereiro) é: não sejam os d’Avintes constrangidos de aportarem nos lugares onde lhes aprouver. Em linguagem familiar: [não impeçam [os moleiros] de Avintes de chegarem com as suas farinhas onde quiserem e não lhes apliquem quaisquer portagens].


Portanto, primeira conclusão: a Broa de Avintes e o pão de Trigo de Valongo não têm origem no tempo de D. Dinis.


E o que é, quando e onde nasceu a Broa de Avintes?


A Broa de Avintes é uma variedade de pão feito com farinha de milho e de centeio, água, sal, fermento e cozido em forno de lenha [de preferência pinho], durante cinco ou seis horas.


A Broa de Avintes, cujos ingredientes básicos são comuns ao alimento universal chamado Pão assume, na igualdade de alguns dos seus ingredientes, um processo de fabrico diferenciado que lhe dão um sabor, uma cor, um odor, uma textura e uma visualidade [formato pentagonal] diferente dos produtos da mesma família alimentar.


Avintes, desde o século XII até ao Liberalismo, sempre foi uma terra autónoma que teve a prerrogativa de aplicar a justiça em primeira instância, em casos cíveis, como atesta a existência centenária do nosso tribunal ao ar livre – a Pedra da Audiência.


Mesmo nos três forais outorgados a Vila Nova de Gaia, pelos reis D. Afonso III, D, Dinis e D. Manuel I, em nenhum deles, Avintes esteve incluída naquele concelho.


Mas, tirando o aspecto da autonomia, Avintes pouco se destacou de muitas outras terras portuguesas, quer em termos de desenvolvimento, quer em termos de tutela de senhores nobres e religiosos a quem pagava tributos e rendas.


Mas tudo se alterou, a partir dos inícios do século XVIII, devido à introdução e aproveitamento dos produtos panificáveis do milho maíz [Broa de Avintes] e a um conjunto de circunstâncias conjugadas.


Estas circunstâncias foram materializadas com a existência de terras de regadio, com recursos hídricos, com uma indústria moageira, com uma auto-estrada-de-água (Rio Douro), com a proximidade a uma grande cidade comercial (Porto), com a existência do centeio e com lenhas necessárias à panificação. A somar a tudo isto, acrescente-se a clarividência dos ancestrais avintenses em utilizar as condições que tinham ao pé da porta e de as aproveitar em favor da sua prosperidade. Outro factor de grande significado foi o dos avintenses fazerem a divisão do trabalho: eles, tratavam do amanho e a sementeira das terras de cultivo e elas [as Barqueiras e as Padeiras] transportavam e comercializavam o pão na cidade do Porto.


E foi o que aconteceu. Avintes enriqueceu e transformou-se radicalmente. Podemos afirmar com segurança histórica que Avintes só afirmou a sua identidade e a sua notoriedade na região norte e no país a partir do início século XVIII. As mudanças verificadas naquele século foram enormes: aumentou a população; incrementou-se a indústria moageira e o transporte e comercialização da broa de Avintes na Cidade do Porto [em 1758, semanalmente, moíam-se 7500 kg. de farinha e transportavam-se para sustento da cidade do Porto 3.840 kg. de pão cozido]; criou-se a 1ª Escola Primária de Avintes, em 1782; construiu-se, em 1742, o tribunal ao ar livre, A Pedra da Audiência; ampliou-se a Igreja Matriz em 1776/77, compraram-se sinos; construiu-se doze capelas, implantadas noutras tantas quintas; formaram-se duas confrarias laico-religiosas; organizou-se a Companhia de Ordenanças [Militares] de Avintes que agrupava as freguesias de Vilar de Andorinho e a de Seixezelo; construíram-se o Padrão Vermelho, as Alminhas do Senhor do Padrão e o Padrão do Alferes; construíram-se muitas casas, ainda hoje de pé, que exibem nos dinteis das portas de entrada a data das suas construções.


Foi, por consequência, durante o século XVIII que a Broa de Avintes nasceu, fruto introdução do milho maíz e das condições locais existentes em Avintes.


Tal como defendi nas 1ªs. Jornadas de História das Pequenas Pátrias, Avintes, é uma filha do milho maíz e a sua broa foi gerada, nascida e criada na margem esquerda do Douro.


Estas são as evidências históricas fundamentadas em fontes documentais e estudados pelos historiadores.


Agora afirmar que a Broa de Avintes tenha origem no “Mocates/Mikate moçambicano” porque “ o aspecto e o sabor é muito semelhante à broa de Avintes” “, e “com quase certeza científica, [dizer] que a origem não é de Portugal”, parece-me, no mínimo, uma mera opinião e, no máximo, uma afirmação bombástica para efeitos de protagonismo.


Em que investigações e em que metodologias se apoiou o Sr. advogado Augusto Macedo Pinto para chegar aquelas afirmações tão definitivas?


Quem e quando foi transportado o “Mocates/Mikate moçambicano” para ser replicado em Avintes. Que ingredientes, processo de fabrico, formato e qualidades organolépticas tem o “Mocates/Mikate moçambicano” para se afirmar com “certeza quase científica” que a Broa de Avintes é uma cópia da africana?


Depois a afirmação “que a origem não é de Portugal, porque ainda não havia cá milho” sugere-nos uma interrogação. Como explica o Sr. advogado Augusto Macedo Pinto a pátria da broa feita só com milho (chamada a de lavrador) que é conhecida na Galiza, no Brasil e em Portugal? A de Avintes, que leva centeio e milho, não é portuguesa nem avintense porque ainda não havia cá milho e a que é só fabricada com milho, donde veio?


Quando o Sr. advogado Augusto Macedo Pinto fala em sabor está a referir-se a que tipos de Broa de Avintes? À que é produzida pela maioria dos fabricantes avintenses e que segue o formato ancestral [pentagonal] ou a de outro fabricante que lhe dá o formato da broa de lavrador e lhe adiciona um produto adocicante?


Depois, quando se fala de milho referimo-nos a quê? Ao sorgo, ao milho-alvo, ao milho-painço, ao milho-miúdo ou ao milho maíz,, de origem sul-americana?


Se o Mocates/Mikate moçambicano é feito com o milho maíz como é que se sabe por quem e quando o cereal sul-americano foi introduzido na antiga possessão portuguesa de Moçambique?


Em História, são perigosos os raciocínios baseados “no que parece é!” e, neste caso, afirmar que a Broa de Avintes veio de Moçambique, com os argumentos que foram utilizados e publicados, é o mesmo que dizer que estamos perante uma broa insólita: tem asas e voou."

José Vaz

Historiador e Presidente da Direcção do Centro de Documentação e Investigação em História Local – Audientis

 

 

Festa Broa 2010

terça-feira, 10 de agosto de 2010

broas, africa & polémicas...

Parece que há um ex-cônsul que quer levar com uma Broa de Avintes com mais de 15 dias...

País - A origem da Broa de Avintes - RTP Noticias, Vídeo

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

NY,AK...

fire with fire

não sou fã, não morro de amores pela tmn(apesar de ser a minha rede) e na rádio já enjoa um poucinho... ainda assim cá fica:

woody...

sábado, 7 de agosto de 2010

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Onde será?

Para alguns que ainda há muito pouco tempo batiam no peito pelo local e pelas suas gentes agora a zona já lhes parece um pouco escondido…

Outros reclamam do abandono da frente ribeirinha mas agora já acham que não se deveria sair do centro…

Os velhos do Restelo ainda acham que talvez fosse melhor esperar mais um ano ou dois…

Os oportunistas esperam que algo corra mal para dizer: “ eu avisei…”…

Ainda assim a 23ª edição da Festa da Broa será no Areinho de Avintes, nomeadamente na Quinta do Paço.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

A Missa...

A Junta de Freguesia de Avintes anunciou finalmente o tradicional passeio sénior, contra a expectativa e as teorias dos boateiros que trabalham incansavelmente durante as 40horas semanais.

Aparentemente será em tudo semelhante aos dos anos anteriores com a excepção da tradicional missa.

Assim este ano não haverá sermão ou autos de fé, muito menos promessas...

Ou seja, pela primeira vez, o passeio não servirá para que o Presidente da Junta instrumentalize o passeio para fazer discursos políticos, para atacar a oposição, para tudo prometer e nada cumprir, para ameaçar excomungar quem ousar sair das suas fileiras, para premiar os mais fiéis ainda que estes não cumpram os requisitos, etc, etc...

Enfim este será apenas um passeio para que as pessoas possam confraternizar e divertirem-se.

Mudam-se os tempos, mudam-se as missas!

quarta-feira, 14 de julho de 2010

o vento mudou...

alguns ainda não perceberam...

segunda-feira, 12 de julho de 2010

silly seasonores...

Estou quase de férias, mas ainda me faltam mais alguns dias de trabalho… mas com este tempo é impossível ficar indiferente…

Adoro as férias de verão, a praia, os dias quentes, as noites agradáveis, os gelados, dormir na cama de rede, chinelos de praia, nadar, o dolce fare niente, as leituras de verão, etc, etc…

Deixei para o fim uma das melhores: a silly season na imprensa que fica louca e completamente perdida com a falta de notícias e então tudo vale para preencher todas os espaços.

Aqui por Avintes não é diferente.

No entanto aqui a temporada começou muito mais cedo mesmo antes do tempo quente, lá para Outubro faz um ano.

Com tempo livre claramente em excesso, estes silly seasonores estafam-se em criar rumores, lançar intrigas, procurar divisões, faltar à verdade deliberadamente, instrumentalizar pessoas, incendiar ânimos, dogmatizar falsidades e mais algumas coisas.

Mas eu prefiro assim pois desta forma fica visível aos olhos de todos a moral a educação e sentido de responsabilidade de cada um.

Ainda com dois meses de férias pode ser que descansem um pouco.

Boas férias.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

sábado, 12 de junho de 2010

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Prognósticos só no fim...


Começa amanhã o mundial de futebol e dado que os principais comentadores contratados para o evento pelas televisões são advogados, escritores, políticos, economistas entre outras coisas, ou seja pessoas sem conhecimento técnico, também eu farei as minhas previsões.

Confesso que não fiz nenhum trabalho de casa.

Primeiro farei a previsão por grupos e depois as restantes fases até à final.

Fase de Grupos

Grupo A
A França é uma das grandes incógnitas do mundial pois tem potencial para ser campeão mas também pode ficar apenas pela 1ªfase pois entre outros factores tem um treinador que é louco.
Os Sul-Africanos jogam em casa e isso é sempre um factor muito importante, mas o Uruguai parece ser uma selecção com algum potencial e o México que sempre consegue passar a primeira fase.
Passam à 2ªfase – França e Uruguai

Grupo B
A Argentina tem seguramente o melhor lote de jogadores mas tem como principal handicap o treinador, Maradona.
Os Gregos têm um equipa muito bem organizada e com bastante experiência em fases finais nos últimos anos.
A Nigéria é sempre uma incógnita enquanto que os organizados Sul-Coreanos tentarão não ficar em último.
Passam à 2ªfase – Argentina e Grécia.

Grupo C
A Inglaterra é uma das grandes candidatas e conta com um treinador de referência, Capello, pelo que as expectativas são enormes.
Os Americanos irão disputar a passagem à 2ªfase com a Eslovénia. A Argélia apenas anseia não ficar em último.
Passam à 2ªfase – Inglaterra e USA.

Grupo D
Os Alemães são sempre um candidato ao título mas este ano dificilmente poderão aspirar aos primeiros lugares.
Gana e Sérvia irão desafiar seriamente o favoritismo germânico, enquanto que os Australianos ficarão em último.
Passam à 2ªfase – Alemanha e Sérvia.

Grupo E
A Holanda é a melhor selecção do mundo que nunca ganhou um mundial e este ano voltarão a dar espectáculo.
Dinamarca e Camarões irão lutar pelo 2ºlugar, enquanto que os Japoneses ficarão à espreita.
Passam à 2ªfase – Holanda e Camarões.

Grupo F
Os campeões esperam defender o título, mas desta vez a Itália não terá muitas hipóteses.
O Paraguai irá lutar com a Eslováquia pela passagem à 2ªfase. Se fosse rugby os all-blacks seriam favoritos mas no soccer são das piores equipas do torneio. Este é um dos grupos mais fracos.
Passam à 2ªfase – Itália e Paraguai

Grupo G
O eterno favorito, Brasil, tem uma equipa ao estilo europeu mas a falta de pontas de lança e a forma(falta de) de KaKa serão os grandes problemas.
Portugal chega ao mundial com um conjunto de jogadores fora de forma devido às lesões mas se a retaguarda aguentar, Deco recuperar a forma e CR7 jogar para a equipa poderemos passar pelo menos a primeira fase.
A Costa do Marfim é uma boa equipa e com Eriksson poderão fazer um bom torneio(esperemos que não!). Os Norte-Coreanos serão provavelmente a pior selecção do torneio.
Passam à 2ªfase – Brasil e Portugal.

Grupo H
A Espanha é um dos mais fortes candidatos ao Mundial e das que melhor futebol praticam.
A Suiça também passará à 2ªfase com o Chile à espreita enquanto que e as Honduras irão rapidamente para casa..
Passam à 2ªfase – Espanha e Suiça.

8´s Final
França vence Grécia
Inglaterra vence a Sérvia

Argentina vence Uruguai
USA vence Alemanha

Holanda vence Paraguai
Brasil vence a Suiça

Camarões vence Itália
Espanha vence Portugal

4´s Final
Inglaterra vence França
Argentina vence USA
Brasil vence Holanda
Espanha vence Camarões

Meias Finais
Inglaterra vence Brasil
Espanha vence Argentina

Classificação Final

1º Inglaterra
2º Espanha
3º Brasil

10 de junho, dia de Portugal

sábado, 29 de maio de 2010

i have seen the promise land...



Ontem num elevador do el corte inglês não vi a terra prometida mas vi um pouco do futuro...

quarta-feira, 19 de maio de 2010

azeite gallo...

Dizem que a verdade é como o azeite, assim sendo:


- Não diz a verdade quem afirma que a reunião do partido socialista com os moradores do Areinho de Avintes notificados pela CMGaia foi agendada antes da reunião promovida pela Junta de Freguesia;

- Não diz a verdade quem diz que os mesmos moradores na sexta-feira antes desconheciam da reunião do dia seguinte;

- Não diz a verdade quem afirma que apenas tranquilizou os moradores, pois afirmaram peremptoriamente que uma série de construções iriam abaixo sem conhecimento de causa e erradamente;

- Não diz a verdade quem afirma que não boicotou a reunião da Junta de Freguesia.

A verdade é que com o total respeito pelos moradores e proprietários a requalificação do Areinho irá avançar mesmo contra os velhos do Restelo que apenas vendem vinagre por azeite aproveitando-se da legítima preocupação das pessoas.

domingo, 16 de maio de 2010

o bom, o mau & o bandido(s)…













A Junta de Freguesia promoveu no sábado um encontro com moradores do Areinho para explicar o projecto das Encostas do Douro e para assegurar que os direitos de proprietários e inquilinos serão sempre salvaguardados.
Mas pouco tempo antes desta iniciativa da Junta de Freguesia o partido socialista, após anos de esquecimento, desceu também ao Areinho de Avintes.

Pouco conhecedores do local e das suas gentes a actual entourage socialista teve até que recorrer à ajuda do antigo presidente, Mário Gomes, para servir de guia e cicerone

Até aqui nada a assinalar.

Sabedor da iniciativa da Junta de Freguesia os socialistas acorreram ao local com um único objectivo de boicotar a iniciativa da JFA.

E tudo valeu para incendiar os ânimos:
- assustaram os moradores com rumores;
- enganaram os habitantes com base em factos que não existem;
- acusaram sem razão a Junta de Freguesia de Avintes;
- chegaram inclusive a dar indicações sobre alinhamentos e áreas a expropriar.

O projecto de arruamentos/arquitectura, ou seja o traçado do arruamento, ainda não existe pois ainda está em estudo pelo que qualquer indicação definitiva é objectivamente falsa.

Felizmente os moradores do Areinho sabem distinguir entre a mentira e a verdade.

Esta atitude a todos os níveis inqualificável ilustra a forma de actuação dos socialistas locais para quem tudo vale nem que para tal seja necessário recorrer à mentira aproveitando-se do receio das pessoas.

Não tenho dúvidas que salvaguardando os legítimos interesses dos moradores e proprietários as obras de requalificação do Areinho serão uma realidade para satisfação de todos os Avintenses em geral e muito em especial dos moradores do local que há muitos anos aguardam por esta intervenção.

post scriptum - O Projecto Encostas do Douro foi aprovado por unanimidade na Câmara, portanto, também com os votos do PS.

sábado, 15 de maio de 2010

o alfaiate do panamá...

Recentemente voltei a ver o filme que é a adaptação do livro de John Le Carré (1996), feita para o cinema por John Boorman.


Com Pierce Brosnan no papel de um agente secreto, Andy Osnard, mas totalmente destituído de escrúpulos morais.

Geoffrey Rush interpreta um inglês residente no Panamá, que acaba se envolvendo com espionagem.

Andy Osnard é um agente secreto cujo hábito de seduzir as esposas e amantes de embaixadores britânicos e fazer dívidas grandes no jogo não lhe angariou a simpatia de seu chefe.

Ele é banido para um fim de mundo do Panamá, onde terá que "cumprir pena" informando-se sobre o tráfico de drogas e a lavagem de dinheiro no país.

Osnard resolve subcontratar o serviço contratando um dos 200 britânicos residentes no Panamá para lhe obter as informações que deseja. Para isso, acaba escolhendo o alfaiate de alta classe Harry Pendel.

Harry, casado com a norte-americana Louisa e pai de dois filhos, não é exactamente o que aparenta. Embora afirme ter pilotado uma alfaiataria em Londres, na realidade ele aprendeu o ofício enquanto cumpria pena de prisão por incêndio criminoso.

Para pagar suas dívidas, Harry concorda em cooperar com Osnard. Com o tempo, passa a inventar coisas para impressionar o agente, afirmando, por exemplo, que seu amigo Mickie e a assistente dele, ambos ex-integrantes da resistência ao líder Manuel Antonio Noriega, ainda integram um grupo revolucionário conhecido como Oposição Silenciosa.



Interessante e sempre actual a história de uma ambição desmedida, falta de senso, manipuladores na sombra, manipulados na frente da acção e com maus resultados no final.

domingo, 9 de maio de 2010

parabéns...

BENFICA CAMPEÃO
32º CAMPEONATO

domingo, 2 de maio de 2010

populismo, demagogia & socialismo...

Decorreu na sexta mais uma Assembleia de Freguesia de Avintes.

Estamos apenas a meio do primeiro ano de mandato mas uma vez mais o comportamento da oposição ficou patente, nomeadamente o do partido socialista.

Senão vejamos:
- O partido socialista acusou 2 vezes o actual executivo de irregularidades. Em nenhuma das situações foi capaz de o provar, já que eram falsas e sem qualquer fundamento. Ficou apenas a descoberto, no mínimo, a falta de preparação dos acusadores. Não satisfeitos ainda deixaram suspeitas de sindicatos de voto;

- O partido socialista votou contra, ou absteve-se, a maioria dos regulamentos em análise. Boa parte destes regulamentos são obrigatórios por lei e são a transposição integral desta. Estes regulamentos já eram obrigatórios no passado e não existiam;

- O partido socialista vota contra regulamentos apenas porque existe uma gralha de pontuação, uma minúscula em vez de uma maiúscula ou uma referência errada à freguesia;

- O partido socialista crítica um regulamento e quem o elaborou. Por ironia, com a excepção de uma ligeira adenda perfeitamente consensual, foi o próprio partido socialista que o elaborou e aprovou no mandato anterior;

- O partido socialista manifestou preocupação por um encargo bancário poder ir para além do final deste mandato. O partido socialista deixou uma herança, leia-se dívidas, que quase provocaram a ruptura de tesouraria, e nessa altura não pareceu muito preocupado;

- O partido socialista exige agora a este executivo informações que durante o seu mandato recusava apresentar à assembleia;

- O partido socialista acusou o executivo de não cumprir a lei, sem qualquer fundamento, mas no final do mandato comprou um camião de forma irregular, deixando esse encargo para este executivo;

- O partido socialista bate no peito em defesa do antigo executivo quando lhe convém e depois quando se sente acusado de alguma coisa vem dizer que estava em coligação;

Não me é difícil reconhecer aos eleitos do partido socialista capacidade e experiência para aportar algumas boas ideias mas aparentemente estes preferem entrar nesta deriva populista e demagógica. Estão no seu direito. Também o estão quando preferem as intrigas, os boatos e as mentiras.

Da nossa parte continuaremos o trabalho muito tranquilos.

terça-feira, 20 de abril de 2010

quarta-feira, 14 de abril de 2010

fences...












para resguardar e proteger a propriedade...

domingo, 11 de abril de 2010

katyan...

No início da 2ªGuerra Mundial, em Setembro de 1939, Estaline suportado pelo acordo secreto com a Alemanha Nazi, que previa a divisão do país pelos dois, invade a Polónia e faz cerca de 230mil prisioneiros polacos.


Após interrogatórios da NKVD, precursora da KGB, o comité central do partido comunista russo ordenou o assassínio de milhares de prisioneiros.

Katyn, em polaco zbrodnia katyńska, foi um dos locais onde decorreram execuções em massa: num dia cerca de 4 mil mortos e em poucos dias mais de 20 mil polacos. Cerca de oito mil vítimas eram militares que haviam sido tomados como prisioneiros, sendo os restantes cidadãos polacos presos sob alegações de pertencerem a corpos de serviços de inteligência, espionagem, sabotagem, e também proprietários rurais, advogados, padres, etc.

Durante 4 décadas soldados da Alemanha Nazista foram acusados pelo fuzilamento dos Polacos, facto desmentindo pela abertura de documentos secretos.

Este ano pela primeira vez as autoridades russas convidaram oficialmente os mais altos responsáveis polacos para as cerimónias em Katyan.

Ontem para assistir às cerimónias, na mesma Katyan, ao tentar aterrar o avião presidencial da Polónia despenhou-se num acidente que vitimou para além do presidente, vários responsáveis políticos e todas as cúpulas militares.

É um sítio maldito. Dá-me arrepios na espinha. Primeiro a elite da Segunda República Polaca é assassinada na floresta de Smolensk, agora a elite intelectual da Terceira República. Esta é uma ferida muito difícil de curar.” - Aleksander Kwasniewski, antigo presidente polaco

fazer o que ainda nao foi feito...

cubos, paralelos & passatempos...

Ainda no seguimento do post anterior e dado que por uma questão de princípio e de ética não recorro a certos expedientes para ter acesso, indevido, a informações oficiais ou não, prefiro reforçar aquilo que afirmei, recuperando um post deste blog datado de 04 de Janeiro de 2009:


Hoje em dia já ninguém tem dúvidas que no futuro os recursos disponibilizados para as autarquias tenderão a ser insuficientes face às expectativas das populações e às obrigações sociais, patrimoniais e culturais daquelas.


Estes constrangimentos que agora começamos a perceber e acima de tudo a assimilar após anos de avisos resultam da má gestão dos recursos públicos e de um exagerado nível de endividamento da sociedade portuguesa em geral face à riqueza efectivamente produzida pelo país.



Se Portugal não for capaz de mudar muito rapidamente o seu paradigma de desenvolvimento sentiremos na pelas medidas de austeridade que nos serão impostas pela União Europeia com soluções que cortam a direito sem apelos nem preocupações pelas injustiças e/ou necessidades pontuais.

No mesmo sentido também não é razoável deixar para as gerações futuras os encargos e as responsabilidades por políticas e soluções erradas que apenas visam o benefício imediato e conjectural.

Esta introdução serve para contestar uma das últimas ideias da Junta de Freguesia, a substituição dos paralelos por betuminoso na rua da Escola Central.

Não me move qualquer sentimento nostálgico e nem sequer pertenço a qualquer associação de defesa do paralelo ou cubo de granito ou algo que se pareça.
 Também nem questiono, para já, que a Junta de freguesia pretenda financiar a obra em parte através da venda dos paralelos o que será um negócio pouco claro e que não defende o interesse público, mas estas suspeitas ficam para depois.

Acima de tudo dificilmente alguém pode deixar de concordar que:


- Os paralelos podem durar até 400 anos com um baixo custo de manutenção;


- O betuminoso carece de recargas de 4 em 4 anos.

Hoje em dia Avintes apresenta uma rede viária num estado calamitoso e indigno como são exemplos a Rua da Corredoura, Rua Mário Mendes da Costa, Rua da Balsa, Viela da Balsa e Rua de Gradouro. Por acaso todas estas ruas são em betuminoso, na verdade algumas delas já só se podem ver alguns vestígios… Mas não são apenas as estradas em betuminoso e poderia continuar com dezenas de exemplos de outras ruas e vielas.

Os argumentos para o estado a que chegamos é que não existem recursos nem disponibilidade financeira para fazer face a estas necessidades.


No entanto para a Junta de freguesia o importante é gastar o pouco dinheiro que existe em estradas que até estão num estado muito razoável, o que não quer dizer que também não careçam de alguma manutenção, trocar os paralelos por betuminoso o que vai fazer subir os custos de manutenção no futuro e fazer mais uma negociata com a venda dos cubos de granito.

A minha opinião não é politicamente correcta e em ano de eleições é até contraproducente mas não posso pactuar ainda que por silêncio com decisões erradas que afectam prejudicialmente o presente e o futuro da freguesia.

Esta é a minha posição, escrita pelas minhas palavras de uma forma clara, objectiva, sem omissões e não está truncada, descontextualizada ou indevidamente interpretada.

Enganam-se aqueles que procuram divisões ou intrigas como forma de passar o tempo pois o actual Executivo da Junta de Freguesia, os Eleitos da coligação Avintes na Frente na Assembleia de Freguesia, o Deputado da coligação Gaia na Frente na Assembleia Municipal e os seus apoiantes não se desviam dos compromissos nem dos objectivos.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

para registo...

Fui acusado (aqui) por ter sido ou ainda ser contra a requalificação da Rua da Escola Central.

Esta afirmação não corresponde à verdade e é intelectualmente desonesta.

Daqui registo e relevo apenas que não é a primeira vez que o autor das acusações utiliza indevidamente o meu nome como também não é a primeira vez que por omissão ou deturpação se afasta da verdade.

quarta-feira, 31 de março de 2010

breaking news…

O xucha que é gatinho mais querido da vizinhança votou a fazer das suas. Não é que o irrequieto, muito provavelmente depois de mais um manjar à base de whiskas saquetas que deve ser o equivalente a um três estrelas do guia Michelin, aventurou-se para além do seu território.


O travesso arriscou a vida e atravessou a rua no pior sítio, uma curva muito fechada numa estrada em muito mau estado, e não reparou que o Xicho “o aceleras” da zona testava o limite da velocidade da sua famel zundapp 280 – 4v, cujo motor de 5.1 cv a 4 velocidades, alimentado por um carburador bing 19 e refrigerado com circulação de ar forçado por uma turbina acoplada à cambota mais uma vez aproximou-se da implosão com consequências desastrosas para o ambiente…

No último segundo quando o choque parecia eminente o xuchinha qual acrobata do circo chen confrontado com a aparente indiferença do Xico através de um mix de salto encarpado à frente com um mortal atrás com meia pirueta transversal invertida foi capaz de fintar as rodas ameaçadoras da zundapp que devido ao piso molhado deslizava atabalhoadamente por entre os buracos quase desgovernada… mas por pouco não ocorreu a catástrofe pois logo de seguida duas andorinhas que enganadas por um fim de semana de sol julgaram que a primavera tinha chegado e planavam numa corrida louca para ver quem chegaria em primeiro lugar ao cimo da rua!

Foram uns segundos de cortar a respiração e não aconselhável aos mais sensíveis.

No entanto podemos assegurar que o xucha está completamente refeito da aventura e já repousa à espera de mais umas saquetas, o Xico com o susto tem andado mais devagar e as andorinhas com a persistência da chuva não voltaram a ser vistas.

Apesar das tentativas não foi possível, até à hora de fecho da redacção, chegar à fala com o xucha enquanto que o Xico continua em blackout ainda chateado porque este ano ninguém o felicitou pelo aniversário da famel, e logo no 20º aniversário...

E assim acontece na sua freguesia numa rua perto de si...

segunda-feira, 29 de março de 2010

guggenheim...













O Museu Guggenheim pediu a quase 200 artistas e arquitectos que reinventassem o edifício de Frank Lloyd Wright como quisessem. Mais: encorajou a loucura. Álvaro Siza e Paulo David estão entre os participantes. Os resultados podem ser vistos na exposição "Contemplating the Void".

Ver as propostas aqui.
 
A não perder.

momento histórico...









Reforma do sistema de saúde nos Estados Unidos.

domingo, 28 de março de 2010

factos, castigos & justiça…

O Conselho de Justiça da FPF equipara um steward a um simples espectador.
O Conselho de Justiça da FPF ao contrário dos maqueiros, bombeiros, delegados de campo e outros equivalentes considera que um steward não é um "interveniente no jogo com acesso ao recinto desportivo".


O Conselho de Justiça da FPF na versão final do acórdão afirma que o “...steward ser considerado espectador não é muito líquido nem satisfatório".


O Conselho de Justiça da FPF justificou em parte a decisão num artigo de opinião de Costa Andrade. Costa Andrade já tinha dado pareceres jurídicos sobre as escutas telefónicas a João Bartolomeu e a Pinto da Costa nos processos desportivos do ‘Apito Final’. Nesse artigo, descreveu-se como simpatizante do FC Porto.


António Sousa Lamas, membro do Conselho de Justiça, é conselheiro jubilado do Supremo Tribunal de Justiça. Vive em Aveiro mas é visto frequentemente na tribuna presidencial do Dragão, com cachecol do FC Porto.

Não conheço todos os contornos do processo nem quem terá razão mas não embarco na onda que o Conselho Justiça é dono da razão.

Todo este caso é apenas mais um que envergonha a Justiça em Portugal.

primárias psd

Pedro Passos Coelho - 61,1%

Paulo Rangel - 34,6%

Aguiar Branco - 3,6%

Castanheira Barros - 0,3%

Brancos - 0,3%

Nulos - 0,1%

domingo, 21 de março de 2010

quinta-feira, 18 de março de 2010

PREC... or not!

Depois de meses a fio de chuva e frio de repente sem aviso aparece o sol e a temperatura amena… as condições ideais para libertar a energia acumulada ao longo do inverno ainda que às vezes com algumas tonterias e canalhices… mas no fundo é quase tudo boa gente.

domingo, 7 de março de 2010

séries de culto...

Justiceiro


Soldados da Fortuna


MacGyver


Miami Vice


Beverly Hills 90210


Picket Fences

desenhos animados...

Para mim as melhores séries da infância...
Dartacao


Tom Sawyer


Floresta Verde


Os amigos de Gaspar


Bocas


Willy Fog


He-Man


Wacky Races


Vitinho

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

PORDATA





A PORDATA, Base de Dados de Portugal Contemporâneo, foi organizada pela FFMS, Fundação Francisco Manuel dos Santos.

A FFMS tem como objectivo promover o estudo, o conhecimento, a informação e o debate público, procurando assim contribuir para o desenvolvimento da sociedade, o melhoramento das instituições públicas e o reforço dos direitos dos cidadãos.

A PORDATA traduz a prioridade das actividades da fundação nos seus primeiros anos de existência: consagrar uma parte importante dos seus recursos e dos seus esforços à recolha, à organização e à divulgação de informação sobre Portugal e os portugueses.


A PORDATA é o primeiro contributo da FFMS para esse debate público. A direcção deste projecto foi confiada a Maria João Valente Rosa. As informações divulgadas são provenientes de todas as fontes oficiais e certificadas. O esforço da fundação consiste em recolher e organizar a informação disponível, tornando-a o mais possível clara e acessível. A fundação entende que assim presta um serviço público, sem qualquer custo para o utilizador. Todas as críticas, correcções e sugestões serão bem-vindas.

Um excelente exemplo de cidadania e de serviço público.

Parabéns à fundação FFMS.

Discurso de Apresentação

Discurso de Apresentação da Candidatura de José Pedro Aguiar-Branco a Presidente do Partido Social Democrata.
Segunda, 22 Fevereiro 2010 15:09

"Queridas amigas queridos amigos,

Há quem diga que o PSD já não tem lugar na nossa sociedade. Há até quem diga que o PS e o PSD são iguais. Está na moda dizer-se isso. Mas quem diz que o PSD já não tem lugar na sociedade, quem diz que o PSD e o PS são iguais, devia olhar para esta sala.

Estão aqui empresários, advogados, médicos, professores, profissionais liberais, trabalhadores por conta de outrem, pequenos comerciantes. Gente de diferentes idades, de diferentes origens e até com diferentes ideias. Mas que se tratam como iguais. Companheiros é a expressão que utilizamos entre nós.
Gente diferente que não se conforma, que não se cala, que não recua perante pântanos ou adversidades, que não desiste. Gente que não foge. Uns mais anónimos que outros mas sempre com um traço comum bem cravado na identidade de todos: vontade própria, livre iniciativa e coragem.


Quem diz que o PS e o PSD são iguais, quem diz que o PSD já não tem lugar na sociedade, quem, com a ligeireza dos ignorantes, nos apouca, não sabe o que é o PSD. Quem nos tenta dar lições ideológicas, não conhece a nossa história. Não sabe quem nós somos. Não sabe o que é a social-democracia. Não sabe o que é ser social-democrata.
Quem assim nos trata, fica pela rama do sound byte que cataloga mas não alcança o conhecimento dos nossos valores: a matriz personalista que respeita o primado do mercado, a dimensão social do Estado e o seu papel subsidiário na redução das desigualdades, a promoção da solidariedade, como garante da coesão social.

Mas há uma outra dimensão de ser social-democrata. É ter uma visão ética da vida. Como dizia Sá Carneiro: A política sem ética é uma vergonha.


É também contra essa vergonha que hoje atravessa transversalmente a sociedade portuguesa que se impõe que o PSD volte às suas origens, aos seus valores de sempre


No PSD não temos medo das diferenças. Não nos incomoda a liberdade de expressão. Esta diversidade é a nossa maior riqueza. Esta diversidade é o espírito fundador do nosso partido. E quando esta diversidade se une em torno de um único objectivo, de um único líder somos imparáveis e vencedores.


Queridas amigas, Queridos amigos


Nesta sala estou com a minha gente. Nesta sala estou em casa.

Sou militante do partido desde o seu início.


Entrei na Secção Ocidental do Porto, na SOP, com 17 anos de idade. Entrei para o partido empolgado pelo sentido reformista de Francisco Sá Carneiro e pela extraordinária natureza de um líder que sabia juntar, unir e mobilizar gente tão diferente.

É um património que não podemos delapidar nem deixar que o desvirtuem. Nos últimos anos temos eleito um líder e uma oposição a esse líder. Temos eleito uma tendência e uma contra tendência.

Ao fazê-lo estamos a abrir feridas e a excluir milhares e milhares de militantes.

Milhares e milhares de recursos que não podem ficar esquecidos ou adormecidos em listagens eleitorais. Que fazem falta ao partido. Que fazem falta ao país.

Mais importante do que quem ganha ou de quem é derrotado é que o que todos temos perdido: o espírito fundador de mobilização, a capacidade de iniciativa criadora e o sentido da união que fortalece a confiança.


Este é, e tudo farei para que assim seja o momento da inversão deste estado de coisas.Ninguém pode ficar de fora. Precisamos de todos.

Não sou um candidato de tendência. Não sou um candidato de clientela. Não sou um candidato para ser apenas o líder que se segue. Nem tão pouco me estou a posicionar para ser o próximo depois do que agora vamos eleger.

Não se trata de mudar, não se trata de romper. Eu quero unir. Estou aqui, nesta histórica sala, nesta histórica cidade, em nome da união. Quero contribuir para unir o PSD. Sem tribos, sem tendências, sem ismos. Como tenho feito na presidência do nosso Grupo Parlamentar.

Não vale a pena termos boas ideias para apresentar aos Portugueses se estes as não puderem conhecer através da comunicação social. Se as não puderem conhecer porque esta está mais preocupada em narrar uma qualquer discussão interna, uma qualquer intriga entre facções, uma qualquer picardia entre militantes.


Não é com tribos que vamos lá. Temos de superar as divergências internas para sermos ouvidos e credíveis no exterior.

Não podemos continuar a permitir que, com as nossas divisões, porque falamos a várias vozes, cada um para o seu lado, sejamos nós a dar mais força aos socialistas, para desgraça de Portugal.

Não podemos continuar a passar a ideia que o que nos separa é mais forte do que o que nos une.

Não quero contribuir para essa realidade e por isso, mesmo durante esta campanha, não irão ouvir de mim uma única referência negativa em relação aos que se me opõem na disputa pela liderança do PSD.

Não me interessa perder tempo com eventuais traições deste ou com os eventuais interesses daquele. Não será esse o meu caminho. Eu estou aqui para unir.

E sei o que quero para o meu país.

Durante cinco anos o país foi governado sob o lema do contra.


Contra os juízes. Contra os professores. Contra os médicos. Contra os enfermeiros. Contra os jornalistas. Contra as agências de rating. Contra a Assembleia da República. Contra a Madeira. Contra a Presidência da República.


Durante cinco anos o país dividiu-se em duas partes: os que estão com José Sócrates e os inimigos de José Sócrates. Somos governados em permanente guerra civil política. De guerra em guerra. De conflito em conflito. E os portugueses são uma espécie de danos colaterais.


A forma de governar é bem o reflexo da personalidade do senhor primeiro-ministro: quezilento, crispado e com dificuldades em conviver com a diferença.


Mas, mais do que do diagnóstico, mais do que dos problemas, os portugueses esperam que o PSD fale sobre soluções. Fale sobre alternativas.


Não tenhamos ilusões. Nos últimos 35 anos o mundo mudou. O país mudou e os portugueses mudaram mais ainda.


E continuamos a aplicar as mesmas soluções de há décadas atrás. É, no mínimo, absurdo ouvir o nosso primeiro-ministro, aquele que se auto intitula de moderno, citar economistas nascidos no século XIX.


Como se os problemas da velha economia industrial fossem comparáveis com os problemas da economia global, financeira e dos serviços.


As velhas soluções já não se aplicam a este mundo novo. Não podemos ficar pela rotina das reformas sobre reformas sobre reformas...


É absolutamente necessário acelerar a capacidade de inovação e preparar o novo ciclo de crescimento que aí vem. É necessário um novo paradigma não só por razões económicas, sociais e psicológicas mas também porque isso induz confiança e optimismo numa altura em que os portugueses estão tristes e sem esperança.


José Sócrates continua a acreditar que inovação é distribuir computadores nas escolas. No PSD, quando falamos de inovação falamos da qualificação com seriedade, da que não é escrava das estatísticas que iludem a realidade e que contribui para o facilitismo.


Falamos da inovação nas empresas mas também no terceiro sector, no sector social, contrapondo, neste, à retrógrada visão assistencialista do partido socialista a moderna perspectiva de o encarar como mais um motor da nossa economia gerador de riqueza e criador de emprego.


José Sócrates continua a acreditar num Estado centralista e planificado. No PSD, quando falamos de inovação, falamos de um Estado regulador, árbitro isento, desconcentrado e descentralizado, que confia na gestão de proximidade que melhor garante a cada português a oportunidade de uma vida melhor.

Falamos de uma política de proximidade com os nossos autarcas, particularmente, os presidentes de Junta que estão na primeira linha da resolução dos problemas das pessoas

José Sócrates continua a acreditar que a solução para o desgoverno das contas públicas é asfixia fiscal, que engorda o peso do Estado. No PSD, quando falamos de inovação, falamos na criação de riqueza. Falamos das pequenas e médias empresas e das condições que necessitam para serem competitivas, gerarem postos de trabalho e terem capacidade exportadora.

José Sócrates continua a acreditar que inovação são novas formas de distribuir subsídios, que aumentam as clientelas. No PSD, quando falamos de inovação falamos da indústria cultural como afirmação da nossa identidade, como formação harmoniosa da nossa personalidade e nunca como um fardo no orçamento.

Quando falamos de inovação, falamos de indústrias criativas e de indústrias ambientais.

Falamos de uma Justiça que funcione. Que não seja um obstáculo à vida das empresas. Uma justiça em que os portugueses confiem. Que sintam que não protege os interesses e os poderosos.

No PSD olhamos para novas áreas, novos sectores. Sabemos que o mundo e que os novos desafios exigem novas respostas. O tempo actual é o tempo de preparar o futuro. É o tempo de criatividade social.


Temos de mobilizar as energias da sociedade portuguesa. Empresas, sector público, sociedade civil. Todos somos necessários para encontrar novas soluções. Soluções que respondam às necessidades sociais e que criem oportunidades de crescimento e de emprego. Neste tempo o governo não pode ser o problema. Neste tempo o governo tem de ser a solução.


Queridas amigas queridos amigos,

Mais cedo ou mais tarde vai cair sobre os nossos ombros a responsabilidade de tirar o país do caos onde os socialistas o mergulharam.

Mais cedo ou mais tarde seremos chamados a pacificar cinco anos de guerras políticas com diversas classes e sectores sociais. Mais cedo ou mais tarde seremos chamados a apresentar soluções.
Esta é uma questão que os militantes do PSD terão que ter em conta no momento da sua decisão.

Temos fundadas razões para acreditar que o próximo presidente do PSD será chamado a liderar o futuro governo do nosso país.
Seremos chamados para apresentar uma alternativa mobilizadora, construtiva e corajosa. Temos razões para não falhar na escolha do próximo presidente do PSD.

Não é o PSD que precisa de ganhar eleições. Mais do que nunca na sua história é o país que precisa que o PSD ganhe as eleições. É o país que todos os dias olha para nós e espera. Desespera para que saibamos arrumar a casa. Desespera para que saibamos unir esta diversidade em torno de um único objectivo.


Não vamos falhar. Não podemos falhar.


Minhas amigas, meus amigos,

Sou candidato a presidente do Partido Social Democrata e a Primeiro-Ministro de Portugal.


Neste momento só me ocorrem as palavras do primeiro discurso político do advogado Francisco Sá Carneiro, em 1969.


"Corremos um risco, assumimos uma responsabilidade; temos a consciência de cumprir um dever"


Conto com todos. Conto com a força de todos."

http://www.aguiarbranco2010.com/