segunda-feira, 11 de maio de 2009

Abstenção…

Todos os partidos temem-na e dizem-se sempre prontos para a combater.

O país atravessa uma das maiores crises dos últimos anos fruto da conjuntura internacional e das políticas macroeconómicas e sociais erráticas seguidas nos últimos 16anos.

Multiplicam-se os casos de corrupção envolvendo políticos ou ex-governantes.

Com a excepção de um deputado o Parlamento aprova por unanimidade uma alteração à lei do financiamento partidário que na prática facilita a corrupção e deixa de impedir que as campanhas possam dar lucro, aumentando assim a parcela das contribuições públicas.

O Tribunal de Contas afirma que não tem meios para aferir se a lei do financiamento dos partidos é respeitada por estes.

O mesmo Tribunal de Contas na mesma linha confessa que não analisa a declaração de rendimentos dos titulares de cargos públicos, também por falta de meios.

Os partidos ao fim de um ano ainda não chegaram a acordo sobre a nomeação do Provedor de Justiça, cuja função é defender os cidadãos.

Nenhum caso judicial importante chega ao fim, por arquivamento devido a falta de provas ou por prescrição. O cidadão comum não acredita na justiça.

O Ministério Público queixa-se que não tem os meios necessários para combater o crime.

As posições partidárias estão tão extremadas que mesmo numa altura de crise em que o país mais precisa o diálogo parece impossível.

Os governantes usurpam as suas funções com total desrespeito pela organização, independência e profissionalismo dos organismos e funcionários públicos.

Os partidos e os governantes não se regem pelas mesmas obrigações dos restantes cidadãos.

Assim é muito difícil…

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