Lopes da Mota foi designado para representante nacional no Eurojust por este governo por indicação do PGR, conforme a lei assim o determina.
Por inerência à função que exerce tem a seu cargo a articulação com as autoridades britânicas no caso freeport.
Sobre este caso já é público que:
1.Lopes da Mota inicialmente negou qualquer envolvimento directo ou indirecto em eventuais pressões para com os investigadores do caso;
2.Posteriormente Lopes da Mota reconheceu que tivera alguns contactos informais e de natureza privada com os investigadores mas não relacionados com o freeport;
3.Depois o inquérito realizado pela PGR sobre as alegadas pressões aparentemente confirmou a interferência de Lopes da Mota no caso pois este transmitiu aos investigadores que o PM via ministro da justiça teria ameaçado com “represálias caso o ps perca a maioria absoluta”, que aqueles estavam “sozinhos no processo” como também indicou a jurisprudência para o arquivamento do caso dado que o alegado crime já teria prescrito. Esta última sugestão foi testemunhada por um juiz de instrução;
4.No seguimento do inquérito, Lopes da Mota, confessa que terá usado indevidamente o nome do ministro da Justiça e do PM.
Perante estes factos:
O PGR aparentemente ainda não totalmente convencido ordena um processo disciplinar.
Cândida Almeida, superiora hierárquica dos investigadores do caso freeport, entende que Lopes da Mota é uma pessoa de bem e que desempenha um cargo internacional importante pelo que para já não se deve demitir.
Lopes da Mota considera que tem todas as condições para continuar no cargo.
O PM mesmo sabendo que um alto funcionário do Estado falou indevidamente em seu nome e do governo a que preside parece pouco preocupado e diz para espanto geral que cabe ao PGR uma tomada de decisão.
É inacreditável o ponto a que as coisas estão a chegar de uma forma tão descarada e obscena com total impunidade…
Por mim, « Mon devoir est de parler, je ne veux pas être complice..», nas palavras Émile Zola
Mas é também importante realçar e louvar a coragem dos investigadores do caso e do presidente do sindicato dos magistrados ao denunciarem esta situação que assim ainda dão alguma esperança a quem acredita e trabalha em prol da Justiça.
mas quem é que ainda acredita na justiça?
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