A viajem do Papa aos Camarões e a Angola, ainda a decorrer, ficará na história pelo desassombro e acutilância com que Bento XVI tem chamado a atenção para os problemas que minam o continente africano: corrupção, guerra, fome, desigualdades, violência, etc.
Não disse nada que ninguém não saiba mas a forma, o modo e onde o está a dizer são um exemplo de coragem que importa registar e saudar.
Hoje em dia tudo que possa melindrar as relações económicas entre países fica esquecido mesmo sobrepondo-se a direitos humanos, corrupção, democracia ou liberdade.
Ainda assim a imprensa europeia apenas dá relevância, rejubila e ataca a posição do Papa sobre o uso do preservativo.
A questão de fundo é o flagelo do SIDA que devasta de uma forma assustadora o continente africano com mais de 22 milhões de infectados e 11 milhões de órfãos.
A Igreja Católica de uma forma dogmática e bastante clara é a favor da abstinência sexual pré-matrimonial e fidelidade conjugal. Podemos concordar ou discordor mas estes são valores alienáveis e muito professados pela Igreja.
Ninguém discorda que a propagação desta epimedia é fruto essencialmente das relações extra e pré-matrimoniais.
Afirmar que alguém não vai usar o preservativo, neste tipo de situações, porque a Igreja Católica não o permite é pura demagogia pois o alegado e eventual dilema moral ou religioso está naturalmente a montante e não no método contraceptivo.
Também é verdade que o Papa ao afirmar “Não se pode resolver (o problema da sida) com a distribuição de preservativos” está a permitir que a discussão seja descentrada das questões realmente fundamentais para a Igreja.
As palavras do bispo de Beja “A humanização da sexualidade, o respeito pela dignidade das pessoas, a fidelidade conjugal, a ajuda aos doentes, a luta contra o comércio sexual e a escravidão da mulher, são remédios muito mais profundos…” redireccionam o discurso para o cerne da questão.
Mas acima de tudo é importante realçar que a rápida e muito preocupante propagação do HIV em África resulta principalmente da pobreza endémica, da falta de informação e do atraso social e cultural e não de convicções religiosas.
Acusações como as de Joana Amaral Dias que qualifica a posição do Papa como um genocídio são intelectualmente desonestas e reveladoras de uma cruzada mediática alimentada essencialmente por uma esquerda agnóstica para quem tudo parece valer no ataque aos católicos.
Depreendo que o autor deste post cumpre à risca o que escreve e só tem relações sexuais com a sua mulher caso seja casado. Caso não seja, depreendo que seja virgem.
ResponderEliminarDeixo o repto para que confirme ou desminta.
Presumo ainda que concorda com as infelizes declarações do Papa Bento XVI...
Ainda bem que neste país há poucas pessoas que pensam assim...
inalienáveis, creio eu
ResponderEliminara igreja tem uma imagem e uma perfil de como as pessoas devem viver a sua sexualidade, que sem dúvida é preciso perceber na sua globalidade de forma a nao interpretar uma frase fora do contexto
agora, nao se pode exigir a toda a gente que veja "the whole picture"
há a questão da prioridade, da oportunidade, e do local, que nao foram propriamente brilhantes, convenhamos :P
áfrica tem um problema dramático, e primeiro o princípio
dada a conjuntura existente, a difusao do uso do preservativo tem que estar na primeira linha do combate do flagelo da sida
tás mto conservador pah
... até o bispo de viseu é menos conservador q tu! :)))
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